segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Apolo,Mitologia Greco - Romana.

Febo dos latinos. Divindade solar, filho de Júpiter e de Latona. É concebido como irmão de Diana, porque ambos, alternativamente, iluminam o mundo. Quando Apolo ( o Sol ) desaparece no horizonte, Diana ( a Lua ) resplandece no céu. Latona, ao sentir aproximar-se o momento de pôr no mundo o deus de cabeleira loura e de radiante beleza, saiu pelo mundo a fora, à procura de um asilo, e não o encontrava, porque Juno havia maldosamente ordenado à Terra que não lhe desse abrigo. Mas Netuno, fendendo uma rocha com o seu tridente, fez nascer a ilha de Delos, para onde Latona, transformada em codorniz, se transportou.
Aí chegando, vários cisnes de imaculada brancura vieram saudá-la, ruflando as asas e sacudindo as lindas plumagens; a terra cobriu-se de flores; o mar e as montanhas, douradas pela luz solar, pareciam revestir-se de um manto de púrpura, e a criança veio ao mundo. Temis, descendo do Olimpo, chegou aos lábios do recém-nascido o néctar e a ambrosia. Mal Apolo saboreou esses licores da imortalidade, as faixas que o envolviam, bem como o cinto de ouro que cingia a sua cintura, se desataram, e ele, "entrando no seu brilhante carro, iniciou o giro através do esplendor do céu". Apenas com quatro dias de existência, já manifestou o seu poder, atravessando, com suas infalíveis flechas, o horrendo dragão Piton, tremendo flagelo de Parnaso. Amou a ninfa Coronis, que o tornou pai de Esculápio; e, como esse seu filho fosse fulminado por Júpiter ( vide Esculápio ), Apolo matou, a flechadas, os cíclopes que forjaram o raio fatal. Por este ato homicida, foi ele condenado ao exílio na terra, onde se entregou, durante nove anos, ao serviço de Admeto, rei da Tessália, cujo rebanho passou a apascentar. Certa vez, quando ali se achava, surpreendeu na solidão de um bosque, a colher flores, a formosa Dafne, filha de Gea. Por ela se apaixonando, tentou possuí-la: mas a donzela, rápida como uma corsa, abriu em desabrida carreira, e estava quase a ser alcançada, já sentia em suas faces o hálito escaldante do seu perseguidor, quando, a um supremo grito, a sua mãe ( a terra ) abriu o seio e a acolheu. Amou e foi amado por Jacinto, filho de Amiclos. Divertia-se com este mancebo, no jogo de arremesso de disco, quando o maldoso Zefiro, movido pelo ciúme, desviou, com seu sopro, a pesada massa de ferro, levando-a a vitimar o amigo. Apolo, cheio de dor, transformou-o na flor jacinto.
Sendo Apolo o deus da claridade diurna, os gregos, para explicarem os dias brumosos do inverno, concebem-no como um deus viajante que, temporariamente, abandona o santuário grego, para onde torna na primavera. Além disso, é Apolo deus dos oráculos, da poesia, da medicina, da arte, dos pastores, do dia, da música e da dança. Com sua lira, preside o coro das musas e das graças e, no Olimpo, diverte os imortais. Tendo Mársias ousado rivalizar com a sua lira, foi por ele esfolado vivo ( vide Mársias ). Castigou o rei Midas, com orelhas de burro, por haver votado contra ele em concurso musical. Entre os seus inúmeros templos, os mais célebres foram localizados em Delfos, Leocotoe, Dafne, Clitia, etc. Eram-lhe consagrados: o galo, o gavião e a oliveira. Os artistas representam-no com uma lira na mão, rodeado de instrumentos própios das artes; ou ainda, sobre um coche tirado por cavalos, correndo o zodíaco.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Bullying.

O bullying é um tema bastante importante, porque está relacionado a vida das pessoas atualmente, é um assunto de interesse dos pais e de alunos de colegios públicos e privados, assim como de profissionais da area de saúde, e também de psícólogos e psiquiatras. A violencia escolar, provocações, humilhações, agressões, isolamentos praticados por um indivíduo ou um grupo de pessoas a outros podem causar traumas. Ele também acontece dentros de empresas entre adultos. De acordo com psicólogos, o bullying é capaz de causar graves problemas ao desenvolvimento da personalidade da criança e da pessoa, tanto para a humilhada, quanto a que exerce o papel de tirano. O bullying pode gerar casos de depressão entre jovens que não recebem a tempo a devida orientação escolar ou familiar. Já os praticantes de bullying, tornam-se adultos com atitudes violentas e anti-sociais. A orientação dos especialistas é a seguinte: observar o comportamento da pessoa e buscar ajuda profissional aos primeiros sinais. Essa ajuda, com certeza, possibilitará uma vida mais serena para a família e para todos.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Neutralizar Carbono e valorizar o nosso Meio Ambiente.

Cultura se materializa no modo de vida,nos padrões de comportamento,nas crenças e valores de cada sociedade.Ou seja, é tudo aquilo que é produzido e cultivado,transformado pelos grupos humanos.
As coisas que os grupos humanos transformam são as cidades, os transportes, a culinária,a produção econômica, as ciências, as artes. A cultura abstrata é formada por crenças, pela moral, pelas leis,e pelos sentimentos.É na vida em sociedade que se manifesta a cultura. Hoje em dia, no Brasil o tema Meio Ambiente é um assunto muito importante tambem para a nossa vida e para nossa cultura. Vamos ver, então.


A Câmara de Cultura, no dia 03/07/2008, apresentou o projeto “Neutralização de Carbono e Desenvolvimento Social”, em palestra realizada na Secretaria de Meio Ambiente, Agricultura e Pesca do município de Itaguaí.

A coordenação do projeto, há quase dois anos, trabalha no desenvolvimento de um projeto de neutralização de carbono em áreas degradadas a serem recuperadas, partindo do conceito de que as áreas degradadas devem ser foco principal em programas de neutralização de carbono.

Como áreas degradadas prioritárias foram definidas as áreas de preservação permanente (matas ciliares e encostas instáveis) e reservas legais. Sempre que possível será dada prioridade às áreas que possam formar corredores ecológicos.

Em termos simplificados, o projeto foi concebido com alguns conceitos essenciais: Recuperar e revitalizar áreas degradadas; Neutralizar carbono; Gerar emprego e renda; e Ação complementar de segurança alimentar

De acordo com o ambientalista Henrique Cortez, coordenador do portal e do blog Ecodebate, a idéia é simples – a área é dividida em mosaico, com 50% para revegetação com árvores nativas da região e 50% com pinhão manso ou outra árvore produtora de biodiesel adequada à área.

A proposta base visa a Recuperação de áreas degradadas com plantio, em mosaico, de árvores nativas e árvores produtivas (pinhão manso ou palma, para biodiesel, ou seringueira para borracha natural); e visa tambem fazer a utilização das áreas marginais do projeto para hortas comunitárias.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Os seres vivos e o meio ambiente.

OS SERES VIVOS E O MEIO AMBIENTE.
Os níveis de Organização dos seres vivos.

Já sabe que os seres vivos de um mesmo grupo que são capazes de se reproduzirem, produzindo descendentes férteis, pertencem a uma mesma espécie. Por exemplo, temos espécies de cães, de gatos, de mangueiras, de bois, etc.

Indivíduo ==> “unidade” na organização dos seres vivos

Temos quatro espécies diferentes: a do cão, a dos gatos, a das borboletas e a do mamoeiro. Mas temos sete indivíduos, ou sete organismos.

Você pode considerar o indivíduo como sendo uma “unidade” dentro de cada grupo de espécie. Sendo assim, temos:

*

um indivíduo da espécie cão;
*

dois indivíduos da espécie gato;
*

três indivíduos de uma espécie de borboletas;
*

um indivíduo da espécie mamoeiro.

A partir dessa idéia, vamos estudar os diferentes níveis de organização dos seres vivos. Vamos tomar o gato como base de estudo.

População, conjunto de indivíduos da mesma espécie vivendo numa mesma região

Se um gato é um indivíduo, muitos gatos são uma população de gatos. Então podemos dizer que população é o conjunto de indivíduos da mesma espécie que vivem numa mesma região.

Comunidade, conjunto de populações coexistindo numa mesma região

Considere todas as populações que coexistem numa mesma região, como as populações de cabras, de roseiras, de coelhos e de formigas. Neste caso, temos uma comunidade.

Numa comunidade, os seres vivos interagem, isto é, estabelecem relações entre si. Diz-se que existe uma interdependência entre os seres vivos. Se, por exemplo, os vegetais desaparecessem, toda a comunidade ficaria ameaçada, pois os animais não encontrariam mais alimentos e acabariam morrendo.

Outro exemplo: O extermínio de cobras em uma determinada região pode favorecer um aumento excessivo no número de ratos e outros roedores, que servem de alimento às cobras. O aumento exagerado das populações de ratos e outros roedores pode provocar na região uma grande redução na população de gramíneas e vegetais herbáceos, que servem de alimento a esses animais. Sem a cobertura vegetal, o solo fica exposto à erosão pelas águas das chuvas e tende a ficar estéril, dificultando o desenvolvimento de plantas nessa área.

Da mesma forma, se os microrganismos decompositores presentes no solo desaparecessem, não haveria a decomposição dos cadáveres dos animais e dos restos vegetais. Sendo assim, não haveria também a formação do humo que fertiliza o solo e fornece sais minerais aos vegetais.

Ecossistema = comunidade + meio ambiente

Você já tem três níveis de organização dos seres vivos:

Primeiro nível: os indivíduos;

Segundo nível: as populações;

Terceiro nível: as comunidades.

Os seres vivos de uma comunidade são os componentes bióticos de um ecossistema; fatores físico-químicos do ambiente (luz, água, calor, gás oxigênio, etc.) são os componentes abióticos de um ecossistema.

Assim, um lago, um rio, um campo ou uma floresta são exemplos de ecossistemas. Neles, encontramos seres vivos diversos (componentes bióticos) que se relacionam entre si e com os vários fatores ambientais, como a luz, a água, etc. (componentes abióticos).

Habitat, “endereço” de uma espécie em um ecossistema

Na natureza, as espécies são encontradas em lugares determinados. É como se fosse um endereço. Por exemplo: a onça e o gambá vivem na floresta e não no deserto; o camelo e o rato-canguru vivem no deserto e não em uma floresta; o Curimatá vive no rio e não no mar; a sardinha vive no mar e não no rio.

Esses exemplos mostram que cada espécie está adaptada para viver em um determinado ambiente: floresta, deserto, água doce, água salgada, etc. Esse lugar, onde a espécie vive, recebe o nome de habitat.

Nicho ecológico, modo de vida de uma espécie em um ecossistema

O conjunto de atividades ecológicas desempenhadas por uma espécie no ecossistema recebe o nome de nicho ecológico. Como se conhece o nicho ecológico de uma espécie?

Para conhecer o nicho ecológico de determinada espécie, precisamos saber do que ela se alimenta, onde se abriga, como se reproduz, quais os seus inimigos naturais, etc.

Vamos ver alguns exemplos: a cutia e a onça podem ser encontradas na mata Atlântica; possuem, então, o mesmo hábitat. No entanto, os nichos ecológicos desses animais são diferentes.

A cutia é herbívora, alimentando-se de frutos, sementes e folhas; abriga-se em tocas ou em tocos de árvores e serve de alimento para animais diversos, como a própria onça. Já a onça é carnívora, alimenta-se de animais diversos, como cobras e macacos, e não vive em tocas.

Como se vê, cutias e onças têm modos de vida diferentes, isto é, desempenham diferentes atividades dentro de um mesmo ecossistema. Logo, o nicho ecológico da cutia é diferente do nicho ecológico da onça. Logo, o nicho ecológico da cutia é diferente do nicho ecológico da onça.

A competição em um ecossistema

Num mesmo ecossistema, quando duas espécies de seres vivos têm nichos ecológicos semelhantes, haverá competição entre elas.

A competição ocorre quando indivíduos de uma mesma espécie ou de espécies diferentes disputam alguma coisa num mesmo ambiente, como alimentos.

Na natureza, quando a competição se torna muito grande entre seres de espécies diferentes, a espécie menos adaptada migra para outras regiões ou muda seus hábitos alimentares, podendo até ser extinta da região em que vivia.

Além do alimento, os seres vivos podem competir por outros fatores do ambiente, como um abrigo para morar, água ou uma sombra para se protegerem do calor do sol.

A competição é um tipo de relação ecológica. Ela funciona como mecanismo de seleção natural, pois os indivíduos que conseguem vencer a competição podem provocar o desaparecimento da outra espécie ou a sua mudança de hábitat. Se os nichos ecológicos de duas espécies diferentes forem também diferentes, não haverá competição entre elas.

Biosfera, o conjunto de todos os ecossistemas do planeta

O conjunto de todos os ecossistemas da Terra forma a biosfera. A biosfera é a parte da Terra onde existe vida. É uma fina camada abaixo e acima do mar, onde os seres vivos encontram condições favoráveis à sua sobrevivência.

FONTES: Base de dados do Portal Brasil e "Os seres vivos".

terça-feira, 6 de abril de 2010

O que é área indígena ?

Procurador e fazendeiros divergem sobre o que é área indígena.
CORREIO DO ESTADO - MS / 4-agosto-2008. merciogomes.blogspot.com

O Artigo 231 da Constituição Federal reconhece os direitos indígenas. De acordo com o texto, são reconhecidos aos índios (. .) os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam. Porém, interpretações distintas sobre o que é considerada uma área tradicionalmente ocupada colaboram para o acirramento das discussões entre produtores rurais e autoridades responsáveis pelo o início dos estudos para a demarcação das terras indígenas da etnia Guarani-Kaiowá na região sul do Mato Grosso do Sul.

"A Constituição diz ocupadas, no tempo presente. Os índios têm direito área que eles ocupam hoje, afirmou o proprietário de terras na região de Dourados, cidade a 225 quilômetros, de Campo Grande, Gino José Ferreira, presidente licenciado do sindicato dos produtores rurais do município. A Constituição foi criada desta forma justamente para proteger o direito a propriedade das terras não ocupadas por indígenas.

Se fosse para demarcar tudo o que já foi ocupado por índios, teríamos que demarcar o vale do Anhangabaú [em São Paulo], a praia de Copacabana [no Rio de Janeiro]. Antes, tudo não era ocupado por índios? Por que ninguém vai demarcar, complementou Gino, em entrevista Agência Brasil. As pessoas envolvidas neste trabalho querem desestabilizar o setor produtivo brasileiro.

Oargumento de Ferreira é rebatido pelo procurador da República de Dourados, Marco Antônio Delfino de Almeida, responsável por fazer valer o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), em que a FUNDAÇÃO NACIONAL DO ÍNDIO (FUNAI) se compromete a demarcar os territórios Guarani-Kaiowá sul-mato-grossenses até 2010.

O território tradicionalmente ocupado é aquele que o levantamento antropológico vai apontar. É o território em que os índios e seus ancestrais nasceram, viveram, morreram, e foram sepultados antes da chegada do branco, afirmou Almeida. Só não determinamos a demarcação de territórios indígenas no Nordeste, por exemplo, pois lá não há índios. Não porque eles nunca existiram, mas porque foram dizimados. (informações da Agência Brasil)

sexta-feira, 19 de março de 2010

Antropologia.

Autor: Manuel Gomes da Silva.

A antropologia é uma forma de olhar para a vida dos outros com interesse. De querer entender profundamente as emoções e razões alheias, de não se conformar com explicações superficiais. De ser capaz de partilhar tudo na nossa vida. Requer ampliação do olhar. A Antropologia objetiva criar uma idéia de humanidade construída pelas diferenças dos seres humanos e dos grupos sociais, abrangendo todas as suas dimensões.

quarta-feira, 10 de março de 2010

O Castigo de Quelone.

Autores: A. S. Franchini. e Carmen Seganfredo.

O Olimpo estava em festa: Júpiter e Juno iriam finalmente se casar.
As duas imensas portas do Empíreo, algodoadas de nuvens, haviam sido abertas de par em par pelas três Horas — Eunomia, Dice e Irene -, que faziam o papel de anfitriãs. Atrás delas podia-se divisar perfeitamente o brilho feérico e resplandecente do palácio dourado onde iria se realizar a tremenda festa.
Os convidados iam chegando em grande número, atravessando a ponte multicolorida do imenso arco-íris.
— Vejam, irmãs — disse Eunomia, radiante -, quantos convidados! Estejamos atentas para que não nos escape presença alguma.
— E nenhuma ausência, também! — disse Dice, cuja tarefa era ir riscando os nomes dos convidados que chegavam.
Os principais deuses do panteão olímpico iam chegando, sozinhos ou aos pares, conversando alegremente. Ceres, vestida com uma túnica drapejada e esvoaçante, surgiu, entre tantas outras divindades, toda sorridente.
— Nossa! — disse Irene, a porteira esbelta. — Ela caprichou mesmo! Junto dela estava Minerva, a deusa da sabedoria.
— Sempre recatada, mas também sempre encantadora! — comentou Eunomia, afastando-se um pouco para permitir a sua passagem.
Apólo e sua irmã Diana vinham abraçados, dando uma gostosa gargalhada. Do que riam tanto?
Os grupos foram passando um a um até que chegou o casal mais curioso: a maravilhosa Vênus e seu truculento esposo Vulcano.
— Vejam só, será que finalmente ele resolveu tomar um banho? — cochichou Irene à sua irmã Dice, que ocultou no véu um sorriso discreto.
De fato, o deus das forjas, normalmente coberto de fuligem, naquele dia surgira diante de todos um pouco mais apresentável, apesar de toda a sua feiúra. Seus cabelos emaranhados pareciam ter sidos apresentados finalmente a uma escova, e algo parecido com uma esponja parecia ter sido esfregado sobre o pêlo espesso do peito e dos membros.
Quase todos os convidados já haviam chegado, inclusive Netuno, com sua corte aquática, úmida e festiva, e o sombrio cortejo de Plutão, que trazia pelo braço sua esposa Prosérpina, pálida como sempre, porém um pouco mais animada.
De repente, porém, Eunomia, que passava em revista com suas irmãs a enorme lista com os nomes riscados, escutou uma voz soar bem ao seu lado.
— Porteiras do Olimpo, como estão? Era Mercúrio, o deus dos pés ligeiros.
— Ótimas! — respondeu Irene, pelas três. — Acho que não falta mais ninguém, e você deve ser o último.
Na verdade Mercúrio fora o encarregado de levar os convites do casamento a todos os recantos do Universo. Finalmente, retornava de sua trabalhosa missão.
— Não, esperem! — gritou Eunomia, colando o alvo dedo sobre um nome da lista.
Os rostos das duas irmãs, mais o de Mercúrio, voltaram-se atônitos para ela.
— Como? Ainda falta alguém? — perguntou o deus mensageiro.
— Sim, a ninfa Quelone! — exclamou Eunomia. — Alguém a viu passar? -Não, ninguém a vira passar.
— O que terá acontecido? — disseram as Horas numa só voz. Mercúrio apertou um pouco mais as suas sandálias aladas e desapareceu como um pé de vento pela estrada colorida, deixando somente a sua voz:
— Vou refazer o trajeto até sua casa e ver o que houve!
O filho de Júpiter percorreu grande parte da estrada, e quanto mais avançava, mais temia pelo atraso — ou mesmo pela ausência definitiva da ninfa Quelone.
"Por Júpiter, se Juno descobre que ela ignorou sua festa, a matará!", pensava o deus mensageiro, enquanto apertava o pétaso para que não voasse de sua cabeça.
Quelone, entretanto, ainda estava descansada em sua casa, à beira do rio.
— Que calor! — disse ela, espreguiçando-se. — Essa tal de Juno, também, pensa que eu sou o quê, para me largar desta distância toda até a sua casa? Só para ir lhe bajular?
A vontade de ir para a festa de casamento de Juno era nenhuma. Na verdade não tinha vontade de fazer nada. Sim, porque apesar de ser uma ninfa adorável, era também a mais preguiçosa das criaturas. "Miseravelmente preguiçosa", como lhe dissera um dia um fauno das redondezas.
Por diversas vezes Quelone ensaiara a sua ida ao casamento. Na verdade, passara a manhã toda indecisa: que roupa usaria, afinal? Mais vaporosa ou mais discreta? Isto implicava uma escolha — e escolher era tão cansativo! E o maldito penteado, solto ou preso? Pintaria ou não as suas compridas unhas? Ai! Dez unhas nas mãos e mais dez lá nos pés! E a que horas deveria sair? Um pouco mais cedo ou bem mais tarde?
Afinal de contas, deveria mesmo ir?
Cogitando e refrescando os pés na água, a ninfa deixava o tempo passar.
— Acho que agora não dá mais tempo... — pensou, ao observar o sol lá no alto. De repente, Mercúrio tapou o sol. Quelone, já de olhos fechados, murmurou."
— Ih, agora é que não vai dar para ir mesmo... Lá vem chuva!
— Sua preguiçosa, eu já imaginava! — disse o deus, pousando ao seu lado. Quelone levantou-se, de susto.
— Ah, é você? — disse ela, com a mão em pala sobre os olhos. — Sempre correndo pra cima e pra baixo, não é?
— Voando, querida, voando! — respondeu Mercúrio, passando uma água no rosto.
— Humpf! — fez Quelone, esgotada, fechando os olhos outra vez.
— Vamos, levante-se, preguiçosa! Está quase na hora das bodas de Juno.
— Não posso — disse Quelone. — Acordei com o pé machucado.
— O lençol o esmagou? — perguntou Mercúrio, com um tom de mofa.
— Ai, é verdade — disse a ninfa, colocando-se em pé com fingida dificuldade. Mas o deus não estava para lorotas e, em dois tempos, colocou-a no rumo da estrada. Mas a ninfa teimava em atrasar o seu passo: ora parava para descansar, ora simulava uma insolação. As horas passavam, e Mercúrio, aflito, sentia que daquele jeito jamais chegariam.
— Bem, adeus, vou indo na frente, senão Juno também me matará! — disse o deus, perdendo de vez a paciência.
— Isto, vá logo, apressadinho! — disse Quelone, sentando numa pedra azulada, bem no começo da longa estrada do arco-íris que levava até o palácio de Júpiter. — "Por que não me levou nos braços, então, se estava com tanta pressa?", perguntou-se, mal-humorada. "Depois a preguiçosa sou eu!"
Quelone adormeceu bem na entrada do arco-íris. Quando acordou novamente, a magnífica festa já havia acabado. Grupos alegres já voltavam, cruzando por ela.
— Que festa, hein? — dizia um fauno, todo descabelado.
— Esta, sim, valeu a pena! — dizia uma nereida, que parecia ter abusado um pouco do vinho.
Deuses, ninfas, faunos, todos esbarravam em Quelone, que era a única a seguir em sentido contrário.
— Esqueceu algo, querida? — perguntou-lhe Dóris, esposa de Nereu.
— Não me amole — replicou Quelone.
Apesar da festa já haver acabado, ela ainda tentava avançar, nem que fosse para se explicar com a nova rainha do céu.
— "Rainha do Céu!" — tripudiou a ninfa. — "Ai, Rainha do Céu, desculpe o atraso!" "Tudo bem, Rainha do Céu?" "Quem diria, hein: Rainha do Céu!" Quer saber de uma coisa? Vou é voltar já para casa!
E voltou mesmo. Um pouquinho mais rápida, desta vez.
Quando chegou lá, jogou-se em seu leito, exausta. Mas Mercúrio a aguardava.
— Você não foi até lá, então? — disse o deus, com o cenho franzido.
— Não incomoda, pé-de-vento! — resmungou a ninfa, cobrindo o rosto. -Diz lá pra Rainha do Céu que um dia desses apareço para dar os parabéns.
Mercúrio, perdendo definitivamente a paciência, pegou-a pelos pés e arrojou-a dentro do lago. Em seguida lançou também a própria casa da ninfa em cima dela.
— Aí está! — disse o deus, dando as costas e indo embora.
A pobre Quelone ressurgiu instantes depois das profundezas do lago. Seu rosto estava mudado, e era como o de um enrugado lagarto. Tinha agora quatro pernas — quatro pernas imensas — e em cima de suas costas pesava a sua antiga casa, virada numa imensa e pesada carapaça. E Quelone nunca fora tão lenta como agora!
Assim a ninfa que faltou à cerimônia de casamento do grande Júpiter e da poderosa Juno foi transformada no animal hoje conhecido como tartaruga.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

O Carnaval de Veneza.

Roberto Delpiano - O Carnaval de Veneza.

O Carnaval de Veneza, na Itália, é diferente em estilo, ritmo e espírito de qualquer outro carnaval. Já em suas raízes é uma celebração de elite, intelectualizada, embora hedonística. As fantasias e as famosas máscaras venezianas inspiram-se na elegância e bom gosto dos trajes dos séculos XVII e XVIII, ou nas personagens da Commedia Dell´Arte, em que figuram os nossos conhecidos pierrôs, colombinas e polichinelos.

No final do século XI, o Carnaval de Veneza aparecia nas crônicas como festejos que chegavam a durar até seis meses. Por essa época chegou-se até a regulamentar o uso das máscaras, que haviam invadido o cotidiano do povo veneziano. São comuns os relatos de abusos praticados atrás das máscaras durante e depois do carnaval de Veneza: desde a mais ingênua tentativa de sedução até o adultério; de pequenos furtos até homicídios. As autoridades proibiram o uso das máscaras no início do século XVII.

Após quase desaparecer no século XIX, o Carnaval de Veneza vem, desde 1980, sendo revivido e encorajado pelas autoridades. Atrai hoje mais de 100 mil pessoas que, apesar do frio e da ameaça das marés altas que freqüentemente inundam a praça de São Marcos, para ali convergem a fim de admirar o luxo das fantasias e das máscaras.

Em Veneza, nas belas mansões e palácios do Gran Canale, organizam-se também luxuosos bailes, regados a champanhe e animados por ruidosas orquestras. A alta sociedade internacional, afastada do burburinho das ruas, comparece aos salões dos hotéis de luxo, decorados a cada ano com temas retirados das óperas de Verdi. Neles dançam-se valsa, tarantela e até mesmo o samba, cada vez mais popular. O povo, por sua vez, concentrado na Praça São Marcos, se diverte de maneira bem mais desinibida.

Commedia dell'arte - Conhecida também como Comédia de Máscaras, a Commedia Dell´Arte era composta por espetáculos teatrais em prosa, muito populares na Itália e em toda a Europa na segunda metade do século XVI até meados do século XVIII. O espetáculo era baseado no improviso dos atores, que seguiam apenas um esquema elaborado pelo autor para cada cena cômica, trágica ou tragicômica. Grandes atores criavam as ações e os diálogos diante do público. Tornaram-se famosas as figuras de Arlequim, do doutor, do capitão Spaventa, de Pulcinella, Pantalone e Colombina, entre outros, com seus tipos físicos regionais, com seus dialetos e temperamentos especiais, vestimentas e máscaras características.

Carnaval.

Origem do nome e da data do Carnaval

Hoje é quase consensual que a palavra Carnaval originou-se de carne + vale (do latim: caro, carnis = carne; vale = adeus), ou ainda da expressão carne levare ou carnilevamen. As duas expressões têm sentido quase idêntico: suspensão da carne, abstenção de carne.

Assim, o Carnaval anuncia a chegada da Quaresma, período no calendário da Igreja Católica consagrado à penitência e ao jejum. Antigamente, a Igreja recomendava aos católicos que ficassem toda a Quaresma sem comer carne. Hoje esta proibição restringe-se à Sexta-feira Santa.

Por isso, o Carnaval no Brasil acontece sempre em fevereiro ou março, nos dias que antecedem a Quaresma. É uma festa móvel, ou seja, não tem data fixa. O período carnavalesco, em sua amplitude máxima, estende-se do Natal até a Quaresma, mas a verdadeira festa consagrada a Momo se limita geralmente aos três últimos dias do período. Em outros países, a data varia de acordo com tradições locais e nacionais: por exemplo, na França a celebração se limita à terça-feira gorda e à mi-carême (quinta-feira da terceira semana da Quaresma). Na Alemanha, em Colônia, o Carnaval é iniciado às 11 horas e 11 minutos do dia 11 de novembro, enquanto que em Munique a festa é comemorada no dia 6 de janeiro, na festa da Epifania.

As origens mais remotas das comemorações de Carnaval são obscuras, assentando-se provavelmente em festividades primitivas de tipo religioso, em honra ao ressurgimento da natureza, com a volta da primavera. É possível associá-lo às festas de caráter orgíaco, como as bacanais, celebrações a Baco, deus do vinho, na Grécia antiga, ou as saturnais, festas em honra a Saturno, Deus da agricultura, na Roma antiga.

Na Idade Média, há referências a comemorações na França, com vinho e sexo; na Itália, como é o caso de Nápoles, os cortejos costumavam levar um enorme falo pelas ruas da cidade; e, em outros países da Europa, as festas eram embaladas por canções que ironizavam os costumes e os governantes. Batalhas de água, ovos e outras substâncias de odor forte também ajudavam a diversão. Pelas características pagãs do Carnaval, as relações entre as autoridades da Igreja e os carnavalescos nem sempre foram cordiais; o que prevaleceu, porém, foi uma relação de tolerância, por parte da Igreja, em relação à festa popular.


Entrudo, de Debret. Museu Castro Maya/IBPC, RJ. As brincadeiras de rua no carnaval brasileiro vêm desde o período colonial. Essa gravura de Debret registra um menino jogando água e um adulto atirando farinha em uma pessoa.


Os entrudos e os primeiros tempos de folia - Nos tempos da Colônia, nas cidades brasileiras, os entrudos eram batalhas em que os foliões atiravam água e farinha do reino nas pessoas que andavam pelas ruas. As cenas dessa festa popular foram documentadas por Debret em suas aquarelas: criados e escravos carregavam cântaros e latas de água para a folia dos patrões.

Depois, apareceram as laranjinhas-de-cheiro e borrachas com água perfumada. Já no século XVIII, os foliões atiravam de tudo: ovos podres, pós de todos os tipos, tomates estragados. A folia atingia igualmente a senzala e a casa-grande, contando com a participação dos governantes e de seus auxiliares. Câmara Cascudo refere-se, no Dicionário do Folclore Brasileiro, aos episódios em que o sisudo Imperador dom Pedro II acabou dentro de um tanque e o arquiteto Grandjean de Montigny morreu de pleurisia decorrente de um entrudo muito animado.

O carnaval de rua persistiu dessa forma, às vezes com folguedos mais violentos que provocavam proibições oficiais e ataques da imprensa. Atualmente, os ataques com confete, serpentina e bisnagas de água nos bailes de carnaval ou nas ruas das cidades fazem relembrar as antigas batalhas do entrudo.

Os primeiros bailes de Carnaval surgiram por volta de 1840 e eram animados por canções portuguesas, sobretudo as quadrilhas e as chamadas chanças lusitanas. Seguiram-se a polca e os ritmos do carnaval italiano. Em 1870, surgiu uma música tipicamente brasileira, o maxixe. Nesse ano, o povo cantou a primeira música carnavalesca do país: E Viva Zé Pereira. Muitos ritmos animaram os carnavais do passado, predominando o samba, as marchas carnavalescas e o frevo. Entre os grandes compositores de músicas carnavalescas do passado, podem ser citados Chiquinha Gonzaga, Noel Rosa, Ari Barroso, Lamartine Babo e Pixinguinha.


Carnaval no Brasil

Todo ano, no sábado de carnaval, logo pela manhã, o Clube de Máscaras Galo da Madrugada, de Recife, abre oficialmente o Carnaval, a festa mais popular do Brasil. O famoso bloco, tido como a organização carnavalesca que mais mobiliza foliões no planeta, já reuniu mais de 1,5 milhão de pessoas em seu percurso de 3,5 quilômetros pela capital pernambucana. Neste ano, a folia reunirá com certeza um número ainda maior de pessoas.

Os festejos carnavalescos no Brasil acontecem em todo o território nacional, mas guardam diferenças regionais muito marcantes. Atualmente, em cidades como o Rio de Janeiro, Olinda e Recife, em Pernambuco, e Salvador, na Bahia, as festas atraem milhares de turistas de todo o país e do exterior. O prestígio dos carnavais dessas cidades está fundado na presença de manifestações locais de cunho folclórico e de certos fatores típicos que lhes conferem facetas inconfundíveis. Em Pernambuco, tem-se a presença do frevo e do maracatu; na Bahia, nota-se a presença das raízes africanas, com seus afoxés e trios elétricos; no Rio de Janeiro, destaca-se o brilho das escolas de samba, com seus desfiles milionários, no Sambódromo da Marquês de Sapucaí.

Entretanto, até meados do século XIX, o carnaval era semelhante de norte a sul do país. Foi o alegre e brutal entrudo, festa popular trazida pelos portugueses, a primeira manifestação carnavalesca no Brasil Colônia e também no Império. Em algumas localidades, ainda ocorrem manifestações remanescentes do entrudo, com corsos e carreatas pelas ruas, em que os foliões travam verdadeiras batalhas atirando ovos, água e farinha.

Jorge Araújo/Folha Imagem

As escolas de samba no carnaval do Rio de Janeiro são uma atração turística internacional. Na foto, grupo especial da escola de samba Beija-Flor.


Rio de Janeiro - O Carnaval do Rio de Janeiro, talvez o mais conhecido e prestigiado como atração turística no país e no exterior, surgiu das espontâneas e antigas manifestações de alegria da população carioca, que durante séculos brincou o carnaval atirando ovos e água nos amigos ao som de qualquer ritmo, até de valsas. Mas foi a partir de um ritmo, o samba, que o carnaval carioca transformou-se lentamente até chegar ao que é hoje: um grande e suntuoso espetáculo para o público que pode pagar o ingresso na Marquês de Sapucaí.

Os desfiles cariocas eram realizados inicialmente pela população pobre dos morros, berços das primeiras escolas de samba, e só ganharam prestígio a partir de 1950, tornando-se logo produtos vendáveis. Atraíram a atenção de governantes e de homens de negócios, que viram o enorme potencial econômico da alegria popular.

Em 1954, a prefeitura do Rio de Janeiro convidou astros e estrelas de Hollywood para a festa e com isso atraiu para o desfile milhares de turistas. A partir de então, a TV, interessada na transmissão dos desfiles, teve um papel fundamental na modificação das relações entre a sociedade e o samba.

Atualmente, os desfiles pressupõem uma organização que extrapola os limites dos sambistas da escola: os espetáculos mobilizam milhões de dólares para sua realização. Surgiram os chamados carnavalescos, profissionais especializados, que criam e dirigem a montagem dos desfiles de cada escola. Ao mesmo tempo, os lugares de destaque na passarela do samba são ocupados por artistas da TV, pelas chamadas socialites, enfim por pessoas que são facilmente identificadas pelo público presente no Sambódromo ou pelos telespectadores das emissoras de TV.


Die Baducca, Spix e Martius. Biblioteca Municipal Mário de Andrade, SP. A origem do samba está nas danças e ritmos praticados pelos escravos africanos.


O Samba - O samba teve origem nos antigos ritmos trazidos pelos escravos africanos que vieram para o Brasil. Afirma-se que a palavra vem de semba, que significa umbigada em dialeto africano.

No século XIX, esses ritmos sofreram influência da polca, da habanera, do maxixe e do choro. O samba chegou ao Rio de Janeiro com as baianas que foram viver na então capital da República, especialmente no bairro de Cidade Nova. Uma delas, tia Ciata (Hilária Almeida, 1854-1924), reunia músicos e boêmios que varavam a noite em sua casa cantando. Numa dessas reuniões apareceu a idéia da música que se tornaria o primeiro samba, gravado pela primeira vez por Donga (Ernesto dos Santos). A letra desse samba, intitulado Pelo Telefone, fala do jogo na cidade. Sua estrofe mais famosa diz:

O chefe da polícia
pelo telefone
mandou me avisar
que na Carioca tem
uma roleta para se jogar


Na década de 1930, o samba, que era tocado basicamente por violões e cavaquinhos, adotou a percussão dos surdos e cuícas, instrumentos comuns nas batucadas dos morros. Estava nascendo o samba moderno. Dele descendem outros gêneros musicais brasileiros como a bossa nova, imortalizada por Tom Jobim e João Gilberto, e o pagode, samba das rodas de amigos e das festas caseiras.


Orzmud Alves/Folha Imagem

Em Olinda, o carnaval é animado pelo desfile de bonecos gigantes. Na foto, bonecos do grupo de mascarados Galo da Madrugada.

Pernambuco - Em Recife e Olinda, os festejos do Carnaval são dos mais animados e característicos do país, com a multidão pelas ruas exibindo seus passos ao som do frevo, ritmo que se tornou a marca do carnaval pernambucano.

A multidão de passistas fantasiados percorre as ruas de Recife durante dias e noites, em um espetáculo de cores e coreografias livres e improvisadas. Curiosamente, a dança é individual mas torna-se um show coletivo em sua cadência irresistível. Em Olinda, cidade da época colonial declarada patrimônio da humanidade, o carnaval de rua é animado por grupos mascarados tradicionais, como O Homem da Meia-Noite e A Mulher do Meio-Dia.

Claudia Guimarães/Folha Imagem

O frevo é o ritmo mais popular de Pernambuco.

Frevo - Dança de rua e de salão, o frevo é a grande atração do carnaval pernambucano. Trata-se de uma marcha de ritmo sincopado, violento e frenético. Diz-se que, ao som do frevo, a multidão fica a "ferver". Segundo os estudiosos, foi dessa idéia de fervura (pois o povo pronuncia "frevura", "frever", etc.) que se criou o nome frevo.

O frevo teve sua origem no Recife, inspirado na polca-marcha. É uma marcha com divisão em binário e andamento semelhante ao da marchinha carioca, porém mais pesada e barulhenta, e com uma execução vigorosa e estridente de fanfarra. Nele o ritmo é tudo, e requer boa forma física para quem quer dançá-lo corretamente. O grande interesse da dança está em sua coreografia, que não é coletiva, de um grupo, de um bloco ou cordão, mas da multidão inteira, cujos passistas dançam individualmente, improvisando passos. O guarda-chuva colorido é o apetrecho típico que acompanha os dançarinos. Nos grupos de rua, os instrumentos são violões, cavaquinhos, flautas, clarinetes e contrabaixos, entre outros.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Fósseis.

Fósseis (do latim fossilis) são os restos materiais de antigos organismos ou as manifestações da sua actividade, que ficaram mais ou menos bem conservados nas rochas ou em outros fósseis.


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Entende-se por:


1. restos materiais – evidências de partes do organismo como ossos, dentes, troncos, chifres, ou o corpo inteiro em casos excepcionais;


2. manifestações de actividade são de dois tipos –
a)vestígios orgânicos, como estruturas reprodutoras (ovos, sementes, esporos, pólenes, etc.), excrementos (cuprólitos) e restos de construções orgânicas;
b)rastos, designados por icnofósseis ou icnitos, como pegadas ou impressões de outras partes do corpo (dentadas, por exemplo), pistas, galerias abertas em rochas, esqueletos ou troncos, etc.



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Para que se forme um fóssil é necessário que as evidências sofram uma série de transformações químicas e físicas ao longo de um período de tempo. Assim, só se consideram fósseis os vestígios orgânicos com mais de 13.000 anos (idade aproximada da última glaciação do Quaternário – o Würm).

Conteúdo do site-blog www.fossil.uc.pt

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A Lenda do Boto.

Lenda do Boto
Origem da lenda do Boto, personagem do folclore brasileiro, folclore amazônico, cultura popular


Boto cor-de-rosa: uma lenda da época da escravidão


Introdução

A lenda do boto tem sua origem na região amazônica (Norte do Brasil). Ainda hoje é muito popular na região e faz parte do folclore amazônico e brasileiro.

O que diz a lenda

De acordo com a lenda, um boto cor-de-rosa sai dos rios nas noites de festa junina. Com um poder especial, consegue se transformar num lindo jovem vestido com roupa social branca. Ele usa um chapéu branco para encobrir o rosto e disfarçar o nariz grande. Com seu jeito galanteador e falante, o boto aproxima-se das jovens desacompanhadas, seduzindo-as. Logo após, consegue convencer as mulheres para um passeio no fundo do rio, local onde costuma engravidá-las. Na manhã seguinte volta a se transformar no boto.

Cultura popular:

- Na cultura popular, a lenda do boto era usada para justificar a ocorrência de uma gravidez fora do casamento.

- Ainda nos dias atuais, principalmente na região amazônica, costuma-se dizer que uma criança é filha do boto, quando não se sabe quem é o pai.

No cinema

- A lenda do boto foi transformada num filme em 1987. Com o título de Ele, o boto, o filme tem no elenco Carlos Alberto Riccelli, Cássia Kiss e Ney Latorraca. A direção é de Walter Lima Junior.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Sexto congresso GIFE sobre Investimento Social Privado.

6° Congresso GIFE abre inscrições.
Publicado em 8/12/2009 por Redação, nas categorias Agenda cultural, Almanaque Brasil Cultura, Antropologia, Cultura, Destaques, Gestão Cultural, História, Notícias, Sociologia.
Estão abertas as inscrições para o 6° Congresso GIFE sobre Investimento Social Privado, que reunirá cerca de mil lideranças nacionais e internacionais ligadas ao campo social. Com o tema Visões para 2020, o evento será realizado no Rio de Janeiro, de 7 a 9 de abril de 2010.

Em busca de uma visão estruturante para o Brasil que queremos, estarão em pauta durante o Congresso as complexidades dos novos arranjos do Investimento Social Privado, sua legitimidade e sustentabilidade, e a reflexão sobre quais serão os rumos a seguir pela próxima década.

Com foco na diversidade e diálogo, foram programadas formas inovadoras de organizar os espaços, horários e atividades durante os três dias de evento. O conteúdo será dividido em duas grandes plenárias (no período da manhã) e uma série de mesas de debate (à tarde), abrangendo uma multiplicidade de temas. Veja programação completa .

O participante poderá escolher as discussões de seu interesse e necessidade de aprendizagem. Para o final do evento, todos serão convidados a participar do julgamento “Qual o impacto do Investimento Social Privado na realidade Brasileira?”, em que será avaliada a importância do ISP como promotor da transformação social no Brasil.

Para o discurso de abertura do evento, no dia 7, está confirmada a palestra de Barry Gaberman, a principal liderança na promoção da filantropia internacional e ex-vice-presidente da Fundação Ford (EUA).

Faça já sua inscrição, com desconto especial, e garanta seu lugar no evento que irá definir as estratégias do Investimento Social Privado para a próxima década.

Por que Rio de Janeiro?

Como uma das principais vitrines do Brasil no exterior, o Rio de Janeiro pode ser visto como uma síntese dos desafios e dos potenciais brasileiros, na qual a pobreza e exclusão social, contrastam com uma beleza natural única, uma riqueza cultural que faz parte da marca registrada do Brasil no mundo e um potencial econômico imenso, em setores que vão do turismo à própria cultura

O Rio de Janeiro, assim, evidencia os contrastes do Brasil e seu potencial de transformação mais que em outros lugares do Brasil.

Histórico

O amadurecimento do Brasil na busca de soluções estratégicas aos desafios socioambientais o tornou um dos atores de destaque no cenário global. E os congressos bienais realizados pelo GIFE acompanharam essa evolução.

As temáticas das duas primeiras edições do Congresso GIFE (Desafios e perspectivas para o desenvolvimento brasileiro, em 2000, e Construção de uma nova ordem social, em 2002) estavam comprometidas a promover entendimentos entre os principais atores do campo social.

Não por acaso, a programação desses eventos focava nas oportunidades que surgiam com o crescimento do setor e na participação de atores privados nas políticas sociais do Estado.

Nos anos seguintes, a terceira e a quarta edições do evento apontavam para a necessidade de melhorar a gestão das ações socioambientais. A busca por um maior profissionalismo nas práticas de investimento social, somada à percepção de que apenas com algum nível de alinhamento entre o primeiro, segundo e terceiro setores seria possível avançar para uma real transformação social, estabeleceram as bases para as discussões.

Com os temas A cidadania e suas múltiplas dimensões (2004) e Desafios para uma sociedade sustentável (2006), eles buscaram traduzir o que significa o conceito de sociedade sustentável, propondo uma programação que equilibrasse conceitos e práticas.

Finalmente, em 2008, um novo contexto nacional possibilita ao país, como em nenhum outro tempo, consolidar um espaço privilegiado de articulação e proposição no debate internacional. Com o tema Experiências Locais, Transformações Globais, o evento mostrou que é possível fomentar potenciais parcerias supranacionais.

http://www.gife.org.br/

domingo, 24 de janeiro de 2010

fósseis de Hominídeos são achados na Etiópia.

Fonte: O Estado de São Paulo, 20/01/2005, Vida &, p. A13

Mais peças do complexo quebra-cabeça da história evolutiva do homem são descritas hoje na revista científica Nature (www.nature.com). Pesquisadores dos Estados Unidos e da Espanha estudaram fragmentos fósseis de nove indivíduos da espécie Ardipithecus ramidus, hominídeo que pode ter sido primo do Homo sapiens há cerca de 4,5 milhões de anos. Essa não é a primeira vez que a espécie é estudada - o A. ramidus foi descrito em 1994. Agora foram encontrados pedaços de mandíbulas, dentes, mãos e pés no sítio arqueológico de As Duma, na Etiópia. Na revista, os cientistas mostram um dente canino pequeno e grosso, similar ao de outros ancestrais humanos, mas outros dentes, como molares, lembram os dos grandes primatas.

Como poucos fragmentos do A. ramidus foram achados até hoje, pouco se sabe sobre ele. Outros exemplares sugerem que sua cabeça ficava exatamente acima da coluna cervical e ele seria ainda mais baixinho do que o hominídeo mais famoso do mundo, também desenterrado na Etiópia: o Australopithecus afarensis, apelidado de "Lucy", com 3,6 milhões de anos e 1,10 metro.

Para o principal autor do estudo, o paleoantropólogo Sileshi Semaw, da Universidade de Indiana, o achado confirma que hominídeos andavam sobre dois pés já naquela época. "Algumas janelas estão sendo abertas na África para olharmos evidências fósseis dos primeiros hominídeos, mas o quadro que temos de sua anatomia e comportamento ainda é um borrão", disse.

LINHAGEM CONFUSA

A árvore genealógica do homem está longe de ser harmoniosa, cheia de lacunas e ramificações que não vingaram. Além disso, o meio acadêmico ainda discute quando alguns primatas deixaram de se locomover apenas usando as quatro patas para assumir a posição vertical, ainda que com uma caixa craniana pequena e poucas mudanças nos hábitos.

O Ardipithecus é um dos candidatos ao posto, apesar de ainda se parecer muito mais com os chimpanzés do que com humanos. Outro que corre no páreo é o Sahelanthropus tchadensis, ou "Toumai", com 6 ou 7 milhões de anos.

Semaw, apesar de defender a posição ereta do A. ramidus, prefere manter distância da polêmica: "Mais descobertas são necessárias para a completa compreensão das origens biológicas de nossos ancestrais."